Sonho coletivo, BATALHA individual
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Maria das Mercês tinha apenas dois anos quando o sonho de seu pai começou a se realizar. Em 1948, com tão pouca idade, Bibi, como viria a ser conhecida anos depois, não poderia imaginar que isso marcaria a história da sua família por mais de meio século.
Mesmo se naquela época ela tivesse ideia do futuro, nada poderia fazer para conter seu pai, o juiz de futebol Raimundo Sampaio, ícone em Belo Horizonte pelo amor e dedicação que nutria pelo clube Sete de Setembro. O sonho de ver o time jogar em um estádio próprio não era só dele, mas de uma centena de torcedores setembrinos, e a construção de uma casa para o Sete de Setembro era almejada há três gerações. Casa, para que te quero? Fundado em 7 de setembro de 1913, o clube era um dos únicos de Belo Horizonte que não possuía um estádio na década de 1940. E talvez Raimundo Sampaio e os outros setembrinos tivessem que aguardar mais tempo para pisar no gramado do Sete se não fosse a determinação do prefeito Otacílio Negrão de Lima (1947-1951) de incluir Belo Horizonte na lista de cidades-sede da Copa do Mundo de 1950. Em 1930, o futebol já era um esporte consolidado na capital mineira. Não havia, porém, estádios de grande porte no município. Os principais parques esportivos eram os campos do América (o Otacílio Negrão de Lima, conhecido como “Alameda”), do Atlético (o Antônio Carlos) e do Cruzeiro (o Juscelino Kubitschek). Todos tinham, em média, 15 mil lugares. Além de ser declaradamente um apaixonado por esportes, o prefeito Otacílio Negrão (que chegou inclusive a ser presidente do América) possuía interesses políticos no Mundial de 50 e iniciou um lobby para trazer a competição para Belo Horizonte. A ideia das autoridades locais era provar ao resto do país, por meio dos jogos do Mundial, que o município era desenvolvido e moderno, e não deixava nada a desejar em comparação às principais cidades, como São Paulo e Rio de Janeiro. O ideal de cidade desenvolvimentista e civilizada era consequência de 12 anos de Estado Novo, sob o regime de Getúlio Vargas, que tentou passar ao mundo a imagem de um Brasil industrializado. Em Belo Horizonte, essa ideologia positivista floresceu durante a gestão do prefeito Juscelino Kubitschek (1940-1945) e foi imortalizada pelas obras do arquiteto Oscar Niemeyer. Dessa forma, sediar a Copa do Mundo de 1950 era a oportunidade ideal para Belo Horizonte se exibir aos olhos do Brasil e do exterior. Otacílio Negrão de Lima, no entanto, iniciou as negociações com o então presidente da CBD (Confederação Brasileira de Desportes), Rivadávia Corrêa Meyer, após o dirigente confessar ao jornalista mineiro Cânor Simões Filho seu apreço pela possibilidade de Belo Horizonte receber jogos da competição. Político, Otacílio evitava declarar que a cidade precisava construir um estádio para a Copa. Ele e as outras autoridades locais defendiam que Belo Horizonte não possuía um complexo esportivo compatível com o público dos grandes clássicos. Para reforçar a ideia, que não deixava de ser verdadeira, em 1948, houve um jogo entre América e Atlético, pelo Campeonato Mineiro, que até hoje é lembrado pelo caos registrado dentro do estádio devido à superlotação. “O América foi campeão mineiro em cima do Atlético, no campo da Alameda. O estádio quase entrou em estado de calamidade pública. Há fotos de gente caindo do telhado”, afirma o historiador Marinho Monteiro. No mesmo ano, Otacílio resolveu apoiar a construção de um grande estádio na capital, sem ter ainda fechado um acordo com a CBD sobre o Mundial. “Foi o Otacílio Negrão de Lima quem teve a ideia de erguer um estádio proporcional ao tamanho da cidade no contexto dos anos 1940”, explicou o historiador. Por questões políticas e eleitoreiras, Otacílio também preferiu entregar o complexo esportivo a um clube que não tinha estádio próprio, nesse caso, o Sete de Setembro. A decisão foi pensada minuciosamente, mas gerou frutos positivos, já que o clube, hoje extinto, não possuía grandes rivais na época e tinha a simpatia de grande parte da população. |
o novo morador do horto
Bibi morava com seus pais, Raimundo Sampaio e Aguinela Lima Sampaio, no bairro Floresta, berço do Sete de Setembro. Ainda criança, mudou-se para o Horto, justamente onde foi construído o estádio que viria a ser palco de três jogos da Copa do Mundo.
Até hoje não se sabe, com exatidão, a quem pertencia o terreno onde foi erguido o complexo esportivo. Enquanto historiadores dizem acreditar que a área era da Prefeitura, moradores do bairro e parentes de Raimundo creem que o local era da família Sampaio. A ligação entre a família e o Sete de Setembro é tão forte que atualmente o estádio leva o nome de Raimundo Sampaio e uma das ruas próximas ao complexo chama-se Manuel Caillaux, em referência ao avô de Bibi. Falam, inclusive, que, quando o estádio foi vendido ao América, nos anos 1990, a família teria recebido uma indenização. Apesar das incertezas sobre a origem do terreno, a construção do estádio é a principal lembrança da infância de um punhado de crianças que, assim como Bibi, viviam no Horto. O canteiro de obras era o parquinho de diversões do bairro e destino dos jovens depois da aula. Em meio à poeira e à terra vermelha, as crianças escorregavam no barro escavado pelos tratores. Hermínia, que nasceu na rua Pitangui, bem em frente ao estádio, chegou a levar uma surra da sua mãe quando sujou de terra o vestido que seria usado em sua primeira comunhão. “Eu estava chegando da igreja toda de vestido branquinho, com meia de seda, sapatinho branquinho, e o trator passando, com aquela terra vermelha. Eu e minha irmã pulamos na terra e minha mãe viu. Nunca tomei um couro tão grande na vida”, contou Hermínia, que hoje tem 73 anos. Um de seus vizinhos da rua Silviano Brandão, o garoto Amarelinho costumava providenciar tábuas para a molecada escorregar pelo barro. Naquela época, ele nem suspeitava que iria jogar dezenas de partidas com a camisa do Sete de Setembro e, muito menos, que se tornaria um dos secretários do América Futebol Clube, clube que atualmente administra o estádio. “O que mais me marcou foi a fase de terraplenagem. Eu era garoto, estudava de manhã e, à tarde, eu ia com os meus companheiros lá para o Sete de Setembro. A gente pegava um pedaço de madeira e ficava brincando. Chegava em casa todo cheio de terra”, conta o ex-jogador. Os dois eram alguns dos poucos moradores do bairro do Horto em 1948, ano de início das obras de terraplenagem. O lugal possuía aparência provincial, com um número reduzido de residências e grandes lotes de terra. As ruas eram de “pé-de-moleque”, todas calçadas com pedrinhas. O acesso ao Horto era feito de bonde e os poucos motoristas que se aventuravam a chegar até o bairro costumavam estacionar os carros nos lotes desocupados, em meio à grama. O início das obras do estádio Independência, como o complexo ficou conhecido por conta do nome Sete de Setembro, agitou a população local. O clima era de entusiamo. Os trabalhos de terraplenagem começaram no dia 21 de agosto de 1948 e foram noticiados pela imprensa belo-horizontina. “O Sete realiza o seu grande sonho” era o título da seção de esportes do jornal O Estado de Minas, destacando que “o início das obras do estádio Sete de Setembro constituiu, sem dúvida, um dos grandes acontecimentos do esporte mineiro”. Em um discurso para marcar o início da construção, o então vereador, empresário e presidente do Sete de Setembro, Antônio Lunardi, declarou que a data representava uma nova fase para a vida do clube. A nova praça de esportes seria a maior do estado de Minas Gerais e a única obra realizada para a Copa do Mundo de 1950. O projeto do estádio previa capacidade para 45 mil espectadores, além de uma pista completa para atletismo, quadra de basquete e vôlei. Os 30 degraus nas arquibancadas comportavam 45 mil lugares, sendo que 2,5 mil cadeiras eram de marmorite, produto lançado no Brasil pela empresa Lunardi &Filhos. Durante as obras, o presidente do Sete, Antonio Lunardi, agradeceu em diversas ocasiões ao prefeito Otacílio Negrão pelo apoio à construção. O valor para erguer o complexo era estimado em cinco milhões de cruzeiros. A maior parte desse montante saiu do caixa da prefeitura, por meio de projetos de incentivo ao desenvolvimento do esporte. O custo, porém, de acordo com a imprensa mineira da época, era baixo. Os jornais relatam que a despesa com as obras foi reduzida graças à escolha de um terreno de 32 mil m² propício para se erguer um estádio. Alguns dias após o início do trabalho de terraplenagem, que foi entregue ao engenheiro Pedro de Araújo e que custou 359 mil cruzeiros, 60 mil m³ de terra foram removidos. Lunardi pretendia inaugurar o complexo esportivo no dia 7 de setembro de 1949, pois calculava que, com a escolha de um terreno adequado para sediar o estádio, seria possível agilizar a construção. O ritmo intenso de trabalho no canteiro de obras também ficou na memória dos moradores do Horto. Da janela de sua casa, Hermínia acompanhava engenheiros, pedreiros e tratoristas que passavam com sacos de cimento, tijolos e ferramentas. A proximidade do estádio com a vizinhança fez surgir uma amizade entre os funcionários da obra, os moradores e as crianças que brincavam no entorno da construção. Em um domingo, Hermínia estava em casa quando soube da notícia de que um tratorista havia morrido. Naquele dia, o funcionário do canteiro de obras fazia aniversário e, para comemorar, havia tomado umas doses de cachaça. O pai de Hermínia tentou alertá-lo sobre os riscos de trabalhar embriagado e aconselhou-o a abandonar o serviço. Mas o tratorista insistiu. Alcoolizado, ao tentar dirigir o trator sobre a lama, o homem perdeu o controle do veículo, que capotou e o esmagou. Mas o ritmo da construção não foi suficiente para inaugurar o estádio na data prevista pelo presidente do clube, Antonio Lunardi. A obra foi concluída somente em 1950, às vésperas da Copa do Mundo. O acordo entre a CBD e a prefeitura de Belo Horizonte, que oficializava a cidade como sede do Mundial, foi assinado em agosto de 1949, quase um ano após o início das obras. Nele, a entidade prometia organizar três partidas da Copa na capital mineira, entregar à prefeitura 50 ingressos de cada jogo e custear as passagens, estadia e transporte das delegações. Em troca, Belo Horizonte deveria pagar, a título de auxílio para a realização dos jogos, o valor de 240 mil cruzeiros à CBD e garantir uma renda total mínima de 1,5 milhão de cruzeiros pelas três partidas. Caso o valor não fosse atingido, a prefeitura tinha que completar o montante. A CBD pedira 500 mil cruzeiros como auxílio à Prefeitura, mas o acordo assinado por Otacílio Negrão e Rivadávia Corrêia Meyer foi de 240 mil cruzeiros. Em 3 de junho de 1950, a 21 dias da abertura da Copa do Mundo no Brasil, o presidente da Federação Italiana e delegado da Fifa, Ottorino Barassi, desembarcou em Belo Horizonte para vistoriar o estádio do Sete. O objetivo da visita era verificar se o complexo estava apto a sediar a competição. Ele foi recebido no aeroporto pelo presidente Antonio Lunardi, dirigentes esportivos, jornalistas e atletas. Barassi ficou cerca de duas horas dentro do estádio, cujas obras dos vestiários ainda não tinham sido concluídas. Para que o complexo pudesse receber partidas do Mundial, o delegado recomendou que a grama fosse aparada e o terreno do gramado nivelado. O italiano também aconselhou a realização de um jogo antes da Copa do Mundo para testar a qualidade do estádio Preocupado em seguir todas as orientações para que o Sete de Setembro fosse palco de jogos do Mundial, Lunardi providenciou uma grande festa de inauguração no domingo dia 18 de junho, com um jogo entre o time da casa e o América. No entanto, contratempos impediram a realização do grande jogo inaugural e dos festejos. Em vez disso, houve apenas um treino do Sete de Setembro para testar o gramado. Mesmo sem partidas de futebol, os portões do estádio foram abertos para o público participar da realização de um sonho para os setembrinos. A estreia do campo para o futebol mineiro ocorreria bem mais tarde, em 27 de agosto de 1950, depois da Copa do Mundo. Dessa forma, o primeiro jogo disputado no estádio do Sete de Setembro foi Iugoslávia 3x0 Suíça, em 25 de junho de 1950, um dia após a data da abertura do Mundial no Brasil. A partida foi assistida por sete mil pessoas, o que proporcionou uma renda de 232 mil cruzeiros. Os belo-horizontinos também tiveram a oportunidade de assistir a mais dois jogos da Copa do Mundo: Estados Unidos 1x 0 Inglaterra, em 29 de junho, considerada uma das maiores zebras da história dos Mundiais, e Uruguai 8x0 Bolívia, em 2 de julho. As delegações estrangeiras ficaram hospedadas no Financial Hotel, no Grande Hotel e no Brasil Palace, em Belo Horizonte. Somente a Inglaterra preferiu ficar na cidade de Nova Lima. Por ordem da CBD, os fotógrafos só podiam tirar foto dos times em conjunto e os repórteres eram proibidos de fazer entrevistas no gramado ou no vestiário. Os jogos agitaram o pacato bairro do Horto. Estrangeiros, público e moradores se misturavam pelas ruas. As partidas começavam pontualmente às 15h e as equipes deveriam chegar cerca de 20 minutos antes ao estádio. Com 10 anos em 1950, Amarelinho guardava carros nos dias de jogos do Mundial. “Ganhei dinheiro para caramba, comprei bola, brinquedo”, disse o ex-jogador e morador do Horto. Também era comum encontrar alguns poucos vendedores ambulantes nas proximidades do complexo esportivo. Eles ofereciam refrigerantes em garrafa, sucos, frutas e cachorro-quente aos torcedores. Em 1950, Minas Gerais possuía uma população de 7,8 milhões e, Belo Horizonte, de 360 mil. A capital mineira passava por momentos de transformação devido à instalação de indústrias, principalmente ao longo do vale do Ribeirão dos Arrudas. “Essa expansão foi conduzida por particulares, que abriam ruas e demarcavam lotes. O controle do poder público foi quase sempre muito frágil e desconexo, e a ação da prefeitura voltou-se para tentar minorar os inconvenientes de um processo de urbanização rápido e fragmentário. A criação de linhas de bonde e a implantação de linhas de distribuição de energia elétrica deram suporte a essa expansão, atendendo aos interesses da Companhia Força e Luz de Minas Gerais, que operava tanto o sistema de transporte urbano sobre trilhos (os bondes) quanto a distribuição de energia elétrica”, explicou o urbanista e arquiteto Tito Flávio Rodrigues de Aguiar. A cidade era cortada pelas linhas da Estrada de Ferro Central do Brasil e da Rede Mineira de Viação. O centro de Belo Horizonte era relativamente verticalizado e bem adensado, principalmente na região próxima ao cruzamento das avenidas Afonso Pena e Amazonas, ao contrário do que as delegações estrangeiras encontraram ao pisar no bairro do Horto. Para os belo-horizontinos, no entanto, o Horto era motivo de orgulho por ter o maior estádio de futebol de Minas Gerais. Apesar do título e da importância para o esporte local, a casa do Sete de Setembro, mesmo depois da inauguração, era rústica. O estádio não possuía cadeiras numeradas, especiais, cativas ou camarote, e nem cabine para os narradores e profissionais da imprensa. Também não havia alambrado e cobertura nas arquibancadas. Até bebedouros faltavam. A casa do Sete de Setembro, porém, tinha de sobra o mais importante: fidelidade e carinho dos torcedores. Em especial, de Raimundo Sampaio. |
varredor de estadio
O juiz de futebol, que conciliava também funções de funcionário público, sempre esteve envolvido com o clube. Quando não exercia a presidência, Raimundo Sampaio passava pelas diretorias e secretarias. O Sete de Setembro era sua casa, sua família.
Aguinela, mãe de Bibi e segunda esposa do juiz de futebol, costumava lavar roupas para engordar a renda doméstica, pois seu marido se dedicava totalmente ao clube do coração. A família vivia em uma casa simples no bairro do Horto e, em algumas épocas, chegou até a faltar produtos de necessidade básica. “Temos muitas recordações tristes. Todos nossos vizinhos sabem disso. Minha mãe também sofreu muito”, desabafou Bibi. Como dirigente do Sete de Setembro, Raimundo recebia várias doações em dinheiro, além de móveis, objetos e mantimentos. Mas o caráter do juiz de futebol era tão forte que ele nunca levou nada para casa, por mais difícil que fosse a situação da família. Esse foi o principal ensinamento de Raimundo aos seus filhos. Se eles quisessem ter algo na vida, deveriam lutar por conta própria, não esperar ajuda de ninguém e muito menos usar algo que não lhe pertence. Aguinela chegou até a trabalhar no Sete de Setembro, no Departamento Aquático que viria a ser construído por Raimundo Sampaio. Ela também cozinhava e lavava a roupa de alguns jogadores do clube, como forma de apoiar o sonho do marido. A personalidade de Raimundo era o que mais chamava a atenção no meio esportivo belo-horizontino. Nascido em 21 de agosto de 1905, ele era chamado de “senhor” por todos os jogadores da década de 1950. Como juiz de futebol, protagonizou um dos episódios mais emblemáticos ocorridos no gramado do Sete de Setembro. Raimundo expulsou o ponta-direita Carlos Alberto, do América, antes de o jogo começar, só porque o atleta não se juntou ao resto do time para ouvir as orientações do juiz, cerimônia prevista em todos os jogos disputados naquela época. Na presidência do Sete de Setembro, Raimundo era conhecido como um homem de disciplina absoluta. Não liberava jogadores do Sete para compor selecionados estadual ou nacional e implicava com os times que queriam usar o estádio Independência, temendo que algum clube pudesse explorar o espaço e prejudicar o clube. Ele era um homem simples, ignorante e turrão. Por um lado, esse jeito o ajudava a ganhar notoriedade e respeito. Mas, por outro, imobilizava o Sete de Setembro e prejudicava o crescimento do clube. “Raimundo era uma pessoa muito limitada, ignorante, sem cultura. Costumavam fazer uma brincadeira de que Antônio Lunardi construiu o Independência, João Amaral Castro colocou refletores e Raimundo Sampaio varreu o estádio, tamanha a sua ignorância”, contou o jornalista esportivo Plínio Barreto, referindo-se aos presidentes do clube mineiro. Com uma verba restrita, Raimundo enfrentou vários desafios para conseguir manter o estádio e equilibrar as finanças. Um deles foi a compra de um casal de bode para usar como cortador de grama. Os animais comiam o gramado do estádio, deixando-o em uma altura ideal. Bibi, no fundo, sempre sentiu orgulho do pai e de todo o respeito que Raimundo Sampaio possuía em Belo Horizonte. Ela também nutria um carinho especial pelo estádio. Sua vida e a de sua mãe, porém, foram marcadas pela ausência da figura paterna. E até hoje Bibi se emociona ao lembrar da infância. Com a morte de Raimundo, em 23 de agosto de 1984, por conta de um derrame, veio à família o temor de que o esforço do pai em realizar seu sonho seja esquecido pelas novas gerações. |
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