elefantometro
os estadios da copa de 2014
Construído ao custo de R$1,4 bilhão e totalmente financiado pelo Governo do Distrito Federal, o Estádio Mané Garrincha, o mais caro da Copa do Mundo no Brasil, tem sido o menos usado para jogos oficiais de futebol, na comparação com as outras 11 arenas do torneio da Fifa.
De acordo com dados coletados dos sites da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), da Confederação Sul-Americana de Futebol (CONMEBOL) e de federações esportivas estaduais, o Mané Garrincha recebeu apenas 109 jogos oficiais entre os anos de 2015 e 2020, o período pós-Copa. O número é 3x menor que o do Maracanã, o estádio da Copa do Mundo mais utilizado no Brasil, com 334 jogos.
O levantamento considerou os campeonatos internacionais, nacionais, regionais e estaduais das séries A, B, C e D, categorias masculino e feminino, além de jogos da seleção brasileira e amistosos oficiais*.
De acordo com dados coletados dos sites da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), da Confederação Sul-Americana de Futebol (CONMEBOL) e de federações esportivas estaduais, o Mané Garrincha recebeu apenas 109 jogos oficiais entre os anos de 2015 e 2020, o período pós-Copa. O número é 3x menor que o do Maracanã, o estádio da Copa do Mundo mais utilizado no Brasil, com 334 jogos.
O levantamento considerou os campeonatos internacionais, nacionais, regionais e estaduais das séries A, B, C e D, categorias masculino e feminino, além de jogos da seleção brasileira e amistosos oficiais*.
Além do total de jogos, o Estádio Mané Garrincha sofre com a falta de espectadores. Em 15 de fevereiro de 2019, uma partida entre os clubes locais Real e Santa Maria foi assistida por apenas 60 pessoas na arena.
Outros jogos de futebol tiveram entre 124 a 1.002 espectadores ao longo do ano de 2019, antes da pandemia de coronavírus, quando nenhuma medida de restrição afetava as partidas.
Os números de espectadores contrastam com a estrutura colossal do Estádio Mané Garrincha, que comporta 72,700 pessoas e é a segunda maior arena do Brasil, atrás apenas do Maracanã, no Rio de Janeiro, com 78.639 cadeiras.
Na temporada de 2019, pré-pandemia, apenas três jogos oficiais ocuparam mais de 50% da capacidade total do estádio.
Outros jogos de futebol tiveram entre 124 a 1.002 espectadores ao longo do ano de 2019, antes da pandemia de coronavírus, quando nenhuma medida de restrição afetava as partidas.
Os números de espectadores contrastam com a estrutura colossal do Estádio Mané Garrincha, que comporta 72,700 pessoas e é a segunda maior arena do Brasil, atrás apenas do Maracanã, no Rio de Janeiro, com 78.639 cadeiras.
Na temporada de 2019, pré-pandemia, apenas três jogos oficiais ocuparam mais de 50% da capacidade total do estádio.
De acordo com especialistas, a situação do Estádio Mané Garrincha está relacionada ao fato do Distrito Federal não ter clubes na divisão de elite do futebol. Além disso, muitos moradores do Distrito Federal costumam torcer para clubes tradicionais do Rio de Janeiro e São Paulo, como o Flamengo, Fluminense e Corinthians. Consequentemente, mesmo quando são disputados jogos no Mané Garrincha, o estádio corre o risco de ficar vazio.
“O Distrito Federal é uma das únicas capitais do mundo que não tem um futebol na elite nacional. Se um time chegar nas séries A ou B, a torcida aumenta. É muito difícil alguém nascer e torcer para um time das séries C ou D”, disse Luiza Estevão, dirigente do Brasiliense.
Mesmo ciente da situação do futebol do Distrito Federal, o governo local, sob a liderança de José Roberto Arruda (2007-2010), insistiu na construção do estádio com magnitude colossal na tentativa de receber o jogo de abertura ou da final da Copa do Mundo de 2014, o que não ocorreu. As partidas foram disputadas em São Paulo e Rio de Janeiro, respectivamente.
“Fomos convocados pelo Governador do Distrito Federal para assessorar os órgãos técnicos e encontrar uma solução que fizesse Brasília ser uma das cidades-sede da Copa de 2014. Nosso cliente solicitou que o projeto do estádio atendesse às exigências da FIFA para sediar a abertura ou o encerramento da Copa do Mundo de 2014”, disse o arquiteto Eduardo Castro Mello, responsável pelo projeto do estádio.
De acordo com Diego Abreu e Eugênio Neto, autores do livro “Os Bastidores do Futebol Brasiliense”, o tamanho do estádio é constantemente criticado pela população.
“A arena tem dimensões que não comportam o futebol local. Seria mais interessante ter um estádio com capacidade menor, de 35.000 pessoas no máximo, do que tentar construir um estádio para receber uma abertura de Copa do Mundo em uma cidade que tem times na série D e não vão lotar esse estádio”, apontou Eugênio.
A construção do Estádio Mané Garrincha foi totalmente paga pelo Governo do Distrito Federal através da Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap), empresa estatal responsável pelos empreendimentos imobiliários.
Em seu balancete de 2016, a Terracap reconheceu que teve um prejuízo de R$1,3 bilhão com a construção do estádio. A empresa também admitiu que nenhum estudo de viabilidade financeira tinha sido feito antes das obras para verificar se o investimento no estádio poderia ser recuperado.
Um teste de impairment contratado em 2016 pela Terracap mostrou que o Estádio Mané Garrincha tem potencial de gerar somente R$171 milhões de retorno financeiro durante toda a vida útil.
Entre os anos de 2013, quando o estádio foi inaugurado, até dezembro de 2019, a Terracap foi a responsável pelo pagamento das despesas mensais do Estádio Mané Garrincha.
No seu balancete de 2019, a empresa afirmou que as operações e a manutenção do estádio custavam R$13 milhões por ano.
*Dados: Copa América, Recopa, Copa Sul-Americana, Libertadores da América, Eliminatórias da Copa do Mundo de 2018, Jogos Olímpicos de 2016, Supercopa do Brasil, Supercopa Sub-17, Amistosos da seleção brasileira, Torneio Internacional Seleção Feminina, Copa das Seleções Estaduais Sub-20, Copa Verde, Pré-Copa do Nordeste, Copa do Nordeste, Campeonato Brasileiro Séries A, B, C e D, Brasileiro Aspirantes, Campeonato Brasileiro Masculino Sub-20, Campeonato, Brasileiro Masculino Sub-17, Campeonato Brasileiro Feminino A1 e A2, Campeonato Brasileiro Feminino Sub-18, Copa do Brasil, Copa do Brasil Sub-20, Copa do Brasil Sub-17, Primeira Liga e torneios estaduais da Primeira, Segunda, Terceira e Quarta Divisão.